Insônia
Ah! A tal insônia. Fruto dessa tecnologia, dessa era tecnológica. Depois de um dia produtivo vem uma noite nada produtiva. Noite madrugada. A única preocupação que eu tive a noite inteira foi: cadê meu sono? E quanto mais eu penso que eu não vou conseguir dormir (porque não estou com sono) mais nervosa eu fico e menos respiro. Os bocejos já não se completam. A falta de ar não os deixam completar. E mais e mais tem o nervosismo e cada vez menos meus pulmões se completam. O sono vem e vai como um iô-iô. É como se alguém me observasse e risse de cada bocejo sem sono. Minha cama não me chama, meu corpo cansa, mas o sono não vem. Ele simplesmente some. E a cama fica vazia, inútil e desconfortável. Se eu deito, eu me remexo de um lado pro outro e cada vez mais a agonia cresce e o sono passa. Então não deito; dá no mesmo. Não durmo, não sei dormir. E ainda brigam comigo. Não é de propósito. É essa insônia que só resolve sumir quando estou dentro do carro em movimento - dirigindo ou só ligado. Ainda vou vender minha cama, comprar galões de gasolina reserva, ligar o carro na garagem e dormi com o balanço dele.