textos alheios
Talvez se eu o tivesse lido com os mesmos sentimentos encrustados na pele dela eu sentiria o mesmo amor. Mas me foco na palavra emoção e investigo no fundo da minha alma se há algum resquício de explicação do meu querido autor preferido. Não me lembro. Penso em alcançar o livro, mas ele está inalcançável. Na primeira prateleira da estante, onde um braço esticado de um corpo deitado na cama o alcançaria com um pouco de esforço mínimo. Mas me dói os olhos olhar para ele. Me dói os olhos lembrar de suas palavras e aceitar que discordo de quem não quero discordar nunca. Então eu me mantenho imóvel. Imóvel como uma estátua que pisca e mexe os dedos rapidamente para escrever tudo que está inserido em mim. Com pequenas pausas de quebra-mola, faixa de pedestre e sinal de trânsito, eu ando rápido quase correndo. E o poste adiante eu espero que seja de borracha e não-elétrico já que a ele me direciono com todo vigor.
2 Comments:
algumas de nossas percepções são frágeis, simplistas, complexas... principalmente, quando aquele maldito tombo acontece.
"agente" fica com medo...insegura...triste...e fundamentalmente, machucada.
aquele trecho de roland barthes no livro..sobre o amor é tão singelo, porém estrondoso. lembra?
Não, não lembro.
Mas é disso que estou falando. Não leio para não estrondar. Não há tombo, não há insegurança. Não sente trecho, nos textos alheios, não há. Há palavras e interpretações. E eu sempre prefiro as minhas.
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