textos alheios
Talvez se eu o tivesse lido com os mesmos sentimentos encrustados na pele dela eu sentiria o mesmo amor. Mas me foco na palavra emoção e investigo no fundo da minha alma se há algum resquício de explicação do meu querido autor preferido. Não me lembro. Penso em alcançar o livro, mas ele está inalcançável. Na primeira prateleira da estante, onde um braço esticado de um corpo deitado na cama o alcançaria com um pouco de esforço mínimo. Mas me dói os olhos olhar para ele. Me dói os olhos lembrar de suas palavras e aceitar que discordo de quem não quero discordar nunca. Então eu me mantenho imóvel. Imóvel como uma estátua que pisca e mexe os dedos rapidamente para escrever tudo que está inserido em mim. Com pequenas pausas de quebra-mola, faixa de pedestre e sinal de trânsito, eu ando rápido quase correndo. E o poste adiante eu espero que seja de borracha e não-elétrico já que a ele me direciono com todo vigor.